Não pude ver além, eu desesperava, e tu não me dizias nada, enlaçavas-me num duro e possante abraço, afagando-me nos teus seios. E, como tanto ansiasse por te sentir, despiste-me, descobriste-me, o desejo flutuando ali, à flor. A tua mão de unhas curtas no meu ventre, o toque dos teus ossos, o frio contra o calor, os dedos penetrando-me, deslizando no desejo que emanava de mim, e sorridentemente porque a vida inteira sorriste ao constatares o efeito que tens sobre mim, murmuraste-te que me amavas. Eu recebi-te, poderosamente, numa ânsia inesgotável, e devorei as preces que me chegavam dos teus lábios. Eu queria-te, queria-te a ti, e foi o que te disse, o que consegui murmurar, e logo deslizámos e errámos sobre a colcha, manchando o tecido de desejo.
Tu, sempre doce, meiga e carinhosa.
Amo-te muito, hoje e sempre!
